Modernismo Brasileiro e a inspiração de Abaporu e outras obras

“Quero ser o pintor do meu país”. Assim escreveu a artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973), em uma carta enviada a sua família durante uma visita a Paris em 1923. As palavras são reimpressas na entrada da exposição, atualmente em vista no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, de trabalho do artista geralmente conhecido simplesmente como Tarsila. Como a sua afirmação pitoresca implica, as pinturas de Tarsila propuseram uma abordagem alternativa ao modernismo, uma abordagem que sintetizou as influências europeias e as tradições indígenas e o espírito da América Latina na busca de um modelo nativo da vanguarda que tem uma lista de obras e tanto de vários outros artistas: Anitta Malfatti, Mário de Andrade e todos os outros do clube dos 5.

A primeira pesquisa nos Estados Unidos dedicada apenas ao seu trabalho, “Tarsila do Amaral: inventar a Arte Moderna no Brasil” segue as viagens da artista ao longo da década de 1920 através da vasta paisagem de seu país natal. Ela recalibra seu impacto na busca da nação por uma identidade moderna autônoma, enquanto ela misturava as fortes influências culturais da Europa e a história repressiva do colonialismo, escravidão e catolicismo no Brasil – ao mesmo tempo em que negociava seu próprio caminho para a expressão nacional e selfhood artística.A educação de Tarsila como artista se desenrolou com frequentes viagens transatlânticas de São Paulo, onde ela foi criada na grande plantação de café de sua família (fazenda) fora da cidade, para cosmopolita Paris.

O ano formativo de 1923 foi gasto cumprindo o que ela uma vez descreveu como seu “serviço militar” ao cubismo sob a tutela de André Lhote, Albert Gleises, e Fernand Léger, e visitando os estúdios de Brancusi e Picasso. Sua avaliação constante e aplicação da linguagem volumétrica planar do cubismo é discernida em suas primeiras vidas e estudos figurais. Igualmente uma influência significativa, no entanto, foi Tarsila do anterior associação com um aspirante grupo de artistas, escritores e poetas, incluindo Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia, que participou da comemoração a Semana de Arte Moderna (Semana de Arte Moderna) de 1922, em São Paulo, e, posteriormente, formaram o artista coletiva, o Grupo dos Cinco (Grupo de Cinco). Uma ânsia de viajar marcou seu retorno ao Brasil no final de 1923, primeiro para experimentar carnaval no Rio de Janeiro, seguido por viagens para as cidades coloniais históricas no sudeste do Estado de Minas Gerais. A precisão linear de Tarsila, cores ousadas e contornos rudimentares unem-se nas paisagens vibrantes que retratam os habitantes locais entre a fauna e a flora nativas.

Foi também em 1923 que Társila produziu a pintura a Negra (A Mulher Negra). A presença formidável da obra anuncia o nascimento da artista madura Tarsila. Neste retrato a óleo realmente criado em Paris, o torso de uma mulher robusta de ascendência africana repousa frontalmente e cruzado contra uma única folha de bananeira e padrão têxtil.

 

A imagem invoca a cultura africana e matricial do Brasil, lembrando sua longa história, e a abolição tardia, em 1888, da escravidão. Simultaneamente, somos confrontados com uma série enciclopédica de potenciais fontes etnográficas e referências modernas – uma indicação clara da direção da produção iminente de Tarsila.