Semana de Arte Moderna de 1922 – Características e Detalhes do evento

1922 foi um ano importante para as atividades de vanguarda no Brasil. Durante a semana de 11 a 18 de Fevereiro, que também foi Carnaval e a celebração centenária da declaração de independência do Brasil de Portugal, um evento multidisciplinar, conhecido como Semana de Arte Moderna, ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo. Apresenta uma exposição de arte, leituras de poesia, música e festivais de dança organizados pelo pintor Emiliano di Cavalcanti, e pelos poetas Oswald de Andrade e Mario De Andrade (sem relação com Oswald).

A Semana de Arte Moderna tinha a intenção de anunciar a ruptura de São Paulo com a arte anterior. A exposição de arte obras do escultor Victor Brecheret, que voltou para o Brasil a partir de Roma, em 1919, pinturas de Anita Malfatti, concluída durante a sua estadia em Berlim e Nova York, e di Cavalcanti, juntamente com inúmeros outros pintores, escultores e arquitetos. Um dos outros pintores que desempenharia um papel significativo no desenvolvimento do modernismo brasileiro foi Tarsila do Amaral, principal colaboradora do modernismo brasileiro,

A Semana foi concebida como uma reação contra a arte acadêmica oficial e a literatura. A arte acadêmica foi associada com a oligarquia conservadora (famílias poderosas que possuíam enormes plantações de café) e permaneceu com a intenção de imitar o Romantismo do século XIX na Europa. Em muitos aspectos, o impulso para a exposição de arte foi a novidade radical das esculturas de Brecheret e das pinturas expressionistas de Malfatti. As esculturas de Brecheret foram desenhadas em um estilo dramaticamente estilizado, proto-Art Deco, e as pinturas de Malfatti foram recebidas com escárnio do Estabelecimento quando exibido pela primeira vez em 1917.

Na época da Semana, São Paulo era uma das cidades que mais crescia no Brasil. A industrialização estava transformando este centro de cultivo de café em uma próspera metrópole com lâmpadas de rua eletrificadas, uma cultura de café, cinemas e lojas de departamento luxuosas. Jovens intelectuais brasileiros tinham fome de arte e literatura que correspondessem à energia vibrante da cidade e também faziam parte de um movimento político com a intenção de desafiar o estrangulamento da oligarquia. Como seus pares na Argentina, escritores e artistas como Mario e Oswald de Andrade e di Cavalcanti estavam ansiosos por uma cultura intelectual que não só era moderna e atualizada, mas também intrinsecamente Brasileira.